3º DOMINGO DA PÁSCOA

O Evangelho de hoje é uma fonte de grande esperança para todas pessoas que querem amar Jesus como Jesus nos ama. Contudo, para entender a mensagem deste Evangelho, e especialmente o significado do diálogo de Jesus com Pedro, devemos saber as palavras que foram usadas no texto original em grego.

Em grego, existem palavras diferentes para descrever vários graus ou aspectos do amor. No texto grego do Evangelho que acabamos de ouvir, dois deles são usados. Uma das palavras usadas aqui é “ágape”, enquanto a outra é “philia”.

Ágape é o amor perfeito que Jesus expressou em palavras: “Não há amor maior quando se dá a vida por seus amigos”. Um homem que ama com esse amor valoriza o bem de uma pessoa amada mais do que sua própria vida. Foi esse amor que Jesus mostrou na cruz.

Philia é um amor que, em relação com a pessoa amada, está buscando seu próprio benefício. Pode ser a ajuda dessa pessoa, alegria ou uma sensação de segurança decorrente da presença dessa pessoa. Um homem que ama com tal amor valoriza sua vida mais do que o bem de outra pessoa.

Quando, durante a Última Ceia, Jesus predisse a negação de Pedro, Ele mostrou que já sabia que para Pedro sua própria vida é mais preciosa que a fidelidade a Jesus, isto é, que ele ama Jesus com o amor de philia. Pedro se protestou a essas palavras de Jesus porque ele ainda não conhecia seu amor por Jesus. Ele estava convencido de que amava Jesus com o amor de ágape e tinha certeza de que ficaria com Jesus mesmo se fosse preso e até mesmo se precisasse pagá-lo com sua vida.

Quando Pedro negou a Jesus três vezes para evitar o sofrimento e defender sua própria vida, ele se convenceu de que seu amor por Jesus não é ágape, mas apenas phila. Então Pedro se demitiu de seguir o caminho de Jesus, ele desistiu da missão que recebeu de Jesus e retornou à sua vida antiga. No entanto, Jesus não desistiu de Pedro e depois de sua ressurreição ele foi a Pedro para chamá-lo de novo como um apóstolo.

Quando Jesus perguntou a Pedro pela primeira vez se ele o amava, Ele usou a palavra “ágape”. Desta forma, Ele pergunta a Pedro o que ele pensa agora sobre seu amor por Jesus, ou, que na verdade isso é amor perfeito de acordo com uma declaração anterior.

Em resposta, Pedro afirma que Jesus sabe bem que Pedro o ama. Mas nesta resposta Pedro usa a palavra “philia”. Por isso sua resposta significa que ele ama a Jesus, mas não tão pleno como pensava antes.

Na segunda pergunta, Jesus novamente usou a palavra “ágape”, e Pedro novamente respondeu com a palavra “philia”.

Quando Jesus perguntou a Pedro que o amava pela terceira vez, Ele não usou mais a palavra “ágape”, mas a palavra “philia”. Esta questão entristeceu Pedro. É possível que quando ele percebeu que Jesus mudou a palavra “ágape” para a palavra “philia”, ele pensou que Jesus reconheceu que Pedro não é capaz de amar a Jesus com amor perfeito e não espera mais tal amor dele.

No entanto, na realidade, Jesus não desistiu do amor de Pedro. Isto é testemunhado pelas próximas palavras de Jesus.

“Quando você era mais jovem, você se cingiu e andou onde queria. Mas quando você envelhece, você estica as mãos, e o outro cingirá você e o guiará para onde você não quer.”

Desta forma, Jesus diz que agora, quando Pedro é jovem, ou ainda imaturo, guiado por seus próprios desejos e medos, ele ama com amor de philia, no entanto, quando envelhecer, ou quando amadurecer, tornará-se livre de suas desejos e medos e poderá oferecer sua vida, isto é, amará com o amor que Jesus o ama. Deste modo, Jesus prometeu a Pedro que seu amor se tornaria ágape, se ele seguisse Jesus e cumprisse a missão que ele recebeu de Jesus tanto quanto sua força limitada lhe permitisse.

Pedro confiava na promessa de Jesus e decidiu segui-lo novamente. Porque agora Pedro não conta com a sua força limitada, mas no poder do amor de Jesus, o amor de Pedro realmente cresceu e tornou-se tal amor que ele desejava nas profundezas do seu coração.

Este diálogo entre Jesus e Pedro, e especialmente a última promessa de Jesus, é uma fonte de grande esperança para todos nós que queremos amar a Jesus como Ele nos ama. Embora estejamos conscientes de nossas próprias fraquezas, sabemos que não precisamos desistir desse desejo. Podemos ter certeza de que, se só nós oferecermos a Jesus, o que agora podemos oferecer, se realizarmos a missão que Jesus nos deu, na medida em que permitem a nossa força, o nosso amor vai crescer e atingir a perfeição.

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