5º DOMINGO DA QUARESMA (C)

O Evangelho de hoje nos convida a refletir sobre nossa atitude para com o pecado de outro ser humano, bem como nossa atitude em relação ao nosso próprio pecado.

Antes de refletirmos sobre nossa atitude em relação ao pecado, devemos nos lembrar do fato de que, ao cometer um pecado, o homem sempre prejudica a si mesmo e a outra pessoa.

  • Uma das consequências do pecado é a dependência do homem ao objeto desse pecado.
  • O pecado enfraquece ou quase erradica completamente seu livre arbítrio.
  • O pecado afasta o homem de Deus, machuca ou até rompe seu relacionamento com Deus, a fonte da vida e do amor.
  • O pecado abre os corações do homem ao seu maior inimigo, a Satanás.
  • Em última análise, o pecado destrói o homem, sua consequência final é a morte espiritual, que é a eterna vida em solidão, sem qualquer esperança de estabelecer uma relação de amor com Deus ou com outras pessoas.

Por essa razão, até mesmo o menor pecado é um grande perigo para o homem. Quanto mais cedo um homem romper com o pecado, melhor.

Que atitude tomamos contra tão pecado?

Tenho a impressão de que as pessoas geralmente ocupam três posições.

A primeira é ignorar o pecado, a secunda é justificar o pecado e a terceira é condenar o pecador.

Ignorando o pecado pode ser expresso na crença de que cometer pecado não é um problema, que ninguém deve se preocupar se seu ato é pecado ou não, porque todos têm o direito de viver de acordo com seu próprio desejo, todos têm direito à felicidade. Há até pessoas que se orgulham de cometer pecados. Eles estão convencidos de que, dessa maneira, mostram sua liberdade, independência ou coragem e força.

As pessoas muitas vezes justificam o seu próprio pecado ou o pecado de outras pessoas afirmando que, todos estão fazendo isso, algumas de uma maneira mais óbvia e outras de uma maneira menos óbvia. Outros estão convencidos de que não há como viver sem cometer pecado, por cousa da natureza do homem, e estado do mundo em que vivemos.

Pessoas que condenam o pecador estão reconhecendo-no como a encarnação do mal, sem qualquer chance de conversão. Eles podem até sentir repugnância por esse homem e estarem convencidos de que ele não merece nenhuma compaixão ou perdão. As pessoas podem tomar essa atitude não apenas em relação a outras pessoas, mas também em relação a elas mesmas.

Um elemento comum de todas essas atitudes é que elas questionam a existência de uma chance de conversão do pecador. São a capitulação do homem para o pecado.

Se aceitarmos uma dessas atitudes em relação a outra pessoa, inibimos seu desenvolvimento e sua conversão.

Se tomarmos essa atitude em relação a nós mesmos, impedimos o nosso próprio desenvolvimento, impedimos a nossa própria conversão. Assim como Judas Iscariotes, nos condenamo-nos à condenação eterna, ou em outras palavras, escolhemos o inferno quando ainda estamos vivos.

No Evangelho de hoje, Jesus Christo mostra uma atitude completamente diferente em relação ao pecado. É uma atitude que reconhece o enorme mal do pecado, mas ao mesmo tempo mostra grande esperança para o pecador. Essa esperança é a crença de que o homem pode ser libertado do pecado e pode viver sem pecado. É claro que essa esperança não se baseia na crença de que o homem em si mesmo tem a força para nunca sucumbir à tentação e levar uma vida sem pecado. Essa esperança resulta da fé no poder do amor de Deus. O Deus Todo-poderoso que não quer a morte de um pecador, mas que ele se converta e viva, também está constantemente trabalhando para libertar a todos da escravidão do pecado.

Essa atitude de Jesus ajuda-nos a acreditar que o homem não está condenado a viver em pecado. Essa atitude enche o homem de esperança e abre seu coração ao amor de Deus. Essa atitude apoia a conversão do homem, bem como lhe dá força para crescer na graça e no amor de Deus.

Vamos rezar para que, seguindo o exemplo de Jesus, sempre reconheçamos o pecado como a maior ameaça ao homem e, ao mesmo tempo, aceitemos uma atitude esperançosa tanto em relação ao pecado do outro homem quanto ao nosso próprio pecado.

Rezemos também para que sejamos sempre fiéis ao amor de Deus e, assim, mostremos o seu amor à outras pessoas, para que elas também possam receber esse amor e sejam libertadas da escravidão do pecado.

A verdade é que Deus não quer a morte de um pecador, mas que ele será convertido e vivido, já foi revelado nos tempos do Antigo Testamento. Jesus mostrou o amor misericordioso de Deus com sua vida e nos deu seus convites para a reconciliação.

Durante esta Missa, vamos rezar para que mais e mais pessoas aceitem este convite e como Jesus, vivem em um relacionamento amoroso com Deus.

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